Maioria dos movimentos é pelo "não"
JN - Alexandra Inácio & Bruno Simões Castanheira (Foto)
A campanha para o referendo conta já com a participação de 19 movimentos de cidadãos
A disparidade salta aos olhos 14 movimentos pelo "não" e cinco pelo "sim". O prazo de entrega de assinaturas para a constituição de grupos de cidadãos que queiram participar na campanha do referendo ao aborto termina na sexta-feira e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) já recebeu a confirmação de que pelo menos 19 movimentos vão formalizar a sua mobilização. Para a contagem ficar fechada, a CNE aguarda os grupos que se apresentem na sexta-feira - os de hoje e amanhã já estão incluídos nesta lista.
Os números, por si só, pouco significariam, não fosse poderem influenciar a distribuição dos tempos de antena que serão distribuídos por rádios e televisões. É que as regras definidas repartem o tempo (a metade que não fica nas mãos dos partidos políticos) de forma igual por cada movimento - não o dividindo de forma igual pelo "sim" e pelo "não". Ou seja, com mais movimentos no terreno, o "não" pode vir a ter mais tempo de antena durante a campanha.
Ainda assim, o "sim" não se mostra preocupado com a diferença, por considerar que os tempos de antena não serão determinantes para a votação.
A constatação de que estarão em minoria, aliás, não parece alterar a sua estratégia eleitoral. Até porque, alegam, os grupos contra a despenalização da IVG repartiram-se em movimentos regionais. "Parecem mais, não significa que o sejam", comentou ao JN, Manuela Tavares, explicando que o "Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim" optou por criar uma estrutura nacional com delegações em todos os distritos e regiões autónomas. Depois, defendeu, "não serão os tempos de antena a decidir. O importante é falar com as pessoas".
O "não", por outro lado, congratula-se pela "manifestação de vitalidade" dos seus apoiantes que, acreditam, se traduzirá nos resultados eleitorais de dia 11 de Fevereiro.
A estratégia eleitoral das duas facções também deixa antever outra disparidade a convergência entre os movimentos pelo "não" é uma directriz prioritária, enquanto para os apoiantes da despenalização serão alguns "momentos" que marcarão a campanha. "A mensagem pelo direito à vida será multiplicada", afirmou ao JN Ana Tato, do "Movimento Norte pela Vida".
Além da entrega das assinaturas, todos os movimentos já trabalham no preenchimento das suas agendas de campanha. Hoje, o "Movimento Cidadania e Responsabilidade" lança um livro - "Por uma vida de escolhas" -, que reúne inéditos de vários autores como Lídia Jorge, Teresa Beleza ou Rui Zink. Para sexta-feira, o movimento prepara um megajantar que poderá reunir mais de 400 apoiantes, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Mais de 50 obras, como peças de Paula Rêgo, Graça Morais ou João Cutileiro, serão leiloadas. As duas iniciativas servem para angariar fundos.
O Movimento Norte pela Vida tem programadas iniciativas desportivas como a "caminhada pela vida", dia 28, e um megapasseio de bicicleta no Porto.
Partidos compensam
Com a metade que sobra dos tempos de antena garantidos por lei, os partidos políticos prometem contrabalançar um pouco o desequilíbrio da distribuição dos tempos de antena.
Para já, sabe-se que PS, PCP e Bloco de Esquerda vão usar o seu espaço para apelar ao voto "sim", e entre os partidos com representação parlamentar, só o CDS vai pedir o voto "não" - com os sociais-democratas a optarem por uma campanha de informação, sem apelo a um voto específico.
Quanto aos restantes, já se inscreveram o Partido Nacional Renovador e o Partido Humanista, cujo sentido de voto não é ainda conhecido - apesar de ser previsível que, no primeiro caso, se revele um voto "não". Mas estes dois partilharão o tempo com os movimentos e não com os partidos.
A campanha para o referendo conta já com a participação de 19 movimentos de cidadãos
A disparidade salta aos olhos 14 movimentos pelo "não" e cinco pelo "sim". O prazo de entrega de assinaturas para a constituição de grupos de cidadãos que queiram participar na campanha do referendo ao aborto termina na sexta-feira e a Comissão Nacional de Eleições (CNE) já recebeu a confirmação de que pelo menos 19 movimentos vão formalizar a sua mobilização. Para a contagem ficar fechada, a CNE aguarda os grupos que se apresentem na sexta-feira - os de hoje e amanhã já estão incluídos nesta lista.
Os números, por si só, pouco significariam, não fosse poderem influenciar a distribuição dos tempos de antena que serão distribuídos por rádios e televisões. É que as regras definidas repartem o tempo (a metade que não fica nas mãos dos partidos políticos) de forma igual por cada movimento - não o dividindo de forma igual pelo "sim" e pelo "não". Ou seja, com mais movimentos no terreno, o "não" pode vir a ter mais tempo de antena durante a campanha.
Ainda assim, o "sim" não se mostra preocupado com a diferença, por considerar que os tempos de antena não serão determinantes para a votação.
A constatação de que estarão em minoria, aliás, não parece alterar a sua estratégia eleitoral. Até porque, alegam, os grupos contra a despenalização da IVG repartiram-se em movimentos regionais. "Parecem mais, não significa que o sejam", comentou ao JN, Manuela Tavares, explicando que o "Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim" optou por criar uma estrutura nacional com delegações em todos os distritos e regiões autónomas. Depois, defendeu, "não serão os tempos de antena a decidir. O importante é falar com as pessoas".
O "não", por outro lado, congratula-se pela "manifestação de vitalidade" dos seus apoiantes que, acreditam, se traduzirá nos resultados eleitorais de dia 11 de Fevereiro.
A estratégia eleitoral das duas facções também deixa antever outra disparidade a convergência entre os movimentos pelo "não" é uma directriz prioritária, enquanto para os apoiantes da despenalização serão alguns "momentos" que marcarão a campanha. "A mensagem pelo direito à vida será multiplicada", afirmou ao JN Ana Tato, do "Movimento Norte pela Vida".
Além da entrega das assinaturas, todos os movimentos já trabalham no preenchimento das suas agendas de campanha. Hoje, o "Movimento Cidadania e Responsabilidade" lança um livro - "Por uma vida de escolhas" -, que reúne inéditos de vários autores como Lídia Jorge, Teresa Beleza ou Rui Zink. Para sexta-feira, o movimento prepara um megajantar que poderá reunir mais de 400 apoiantes, no Mercado da Ribeira, em Lisboa. Mais de 50 obras, como peças de Paula Rêgo, Graça Morais ou João Cutileiro, serão leiloadas. As duas iniciativas servem para angariar fundos.
O Movimento Norte pela Vida tem programadas iniciativas desportivas como a "caminhada pela vida", dia 28, e um megapasseio de bicicleta no Porto.
Partidos compensam
Com a metade que sobra dos tempos de antena garantidos por lei, os partidos políticos prometem contrabalançar um pouco o desequilíbrio da distribuição dos tempos de antena.
Para já, sabe-se que PS, PCP e Bloco de Esquerda vão usar o seu espaço para apelar ao voto "sim", e entre os partidos com representação parlamentar, só o CDS vai pedir o voto "não" - com os sociais-democratas a optarem por uma campanha de informação, sem apelo a um voto específico.
Quanto aos restantes, já se inscreveram o Partido Nacional Renovador e o Partido Humanista, cujo sentido de voto não é ainda conhecido - apesar de ser previsível que, no primeiro caso, se revele um voto "não". Mas estes dois partilharão o tempo com os movimentos e não com os partidos.
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